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JUNDIAÍ
A região de Jundiaí, até início do século XVII, era habitada exclusivamente por povos indígenas; alguns grupos viviam em clãs familiares, caracterizando-se pelo nomadismo e outros eram sedentários. De origem tupi, se dedicavam à produção de milho e de mandioca. Eram povos guerreiros, bons caçadores e pescadores, organizando-se em aldeias compostas por cabanas circulares feitas de tronco e cobertas de palha. Parte da cultura indígena foi incorporada pelos brancos colonizadores, como a utilização de queimadas na lavoura.
O povoamento do sertão de "Mato Grosso de Jundiahy", como era denominado o extremo território ao norte da vila de São Paulo, que hoje compreenderia a região de Jundiaí, Campinas e todo o nordeste do estado até a divisa com Minas Gerais no Rio Grande, iniciou-se próximo ao Rio Jundiaí com a chegada da Rafael de Oliveira, sua mulher Petronilha Rodrigues Antunes e filhos, em 1615, que deram ao povoado a denominação de "Nossa Senhora do Desterro de Jundiaí".
Segundo alguns historiadores, o casal teria se fixado aí em virtude de ter Rafael de Oliveira cometido "crime de bandeirismo", isto é, organizado expedição de apresamento de índios, o que era vedado pela coroa portuguesa. Diz, no entanto, o historiador Afonso de Taunay, que Rafael foi perdoado, graças à sua participação no combate aos flamengos.